O Sr. Silvestre, cruzou-se na vida com a doença e o desamparo e rendeu-se às suas limitações físicas e sociais. Mas um Homem vale por aquilo que é e neste caso, a vida não o desvirtuou totalmente.
O Sr. Silvestre anda de estabelecimento em estabelecimento, "pedindo" uma moeda, mas em troca, ele dá um pouco da sua obra escrita.
Veio aqui há pouco, ao nosso espaço, "pedir" uns trocos, mas deixou-nos muito mais do que recebeu.
Considerando que toda a arte merece o nosso aplauso e reconhecendo que a beleza deve ser partilhada, fica aqui um pouco da poesia Silvestre...
Moura Encantada
Como Moura Encantada,
te vejo concubina dos meus sonhos;
Como orquídea por abrir, no jardim
da ilha deserta dos meus sonhos,
flor suave e pura, meu cálice repleto de ternura...
Minha luz na noite escura,
minha áurea de luar ao sol poente,
gazela altiva em dança alada pelo vento;
Quisera dos teus lábios receber
beijos de lua e relento...
Dulcineia, minha musa, meu alento
orquídea selvagem e doce,
deixa que eu te desnude e te ame
com loucura e sem pudor,
deixa que qual deus eu te fecunde
e a teus ouvidos sussurre odes de amor...
Silvestre
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